
Menos amor, mais afeto... Mais carinho. Menos regressos". Disse a senhorita num tom muito alto no meio do salão. E olha que a festa ainda estava pra começar... Mal se via os convidados. Até então eram apenas meia dúzia de gatos pingados espalhados ao longo de todo o salão.
Bebidas finas, aperitivos rodeavam os poucos convidados presentes até o certo momento...
Ninguém viu nada. Ningué ousa dizer nem sequer uma palavra. O desespero tomou conta de todos ali presentes...
O medo e a discórdia estampado no rosto de todos.
O que poderia ter acontecido? O que seria na verdade o tal "ocorrido"? Quem contra quem? Todos se perguntam... Será que foi o consumo excessivo da bebida? O senhor ao meu lado me diz que não. Que bebida não teria nada haver. Mais então qual seria o motivo? Procuro respostas. Quero afirmações. Me diz um suspeito. São apenas confirmações. Mais parece que ninguém quer saber de nada... Até porque o problema não é deles. E de fato nem meu. Mais o fato aqui envolve duas pessoas distintas. De boa indole. Já bem vividas. Casados a uns 10 ou 20 anos não me lembro muito bem... Numa certa conversa há um tempo atrás o anfitrião da festa havia me dito algo a esse respeito mas como minha memória nunca foi das melhores não me recordo bem enfim isto não tem muito sentido agora. A senhorita de cabelos ruivos. Lindos cabelos. Encaracolados batiam na metade das costas. Olheiras profundas de quem guarda consigo um enorme cansaço ou sofrimento não sei bem explicar. Olhos esverdeados. Penetrantes. Cativantes pra ser bem sincero. Uma boca pequena bem desenhada. Nariz fino. Finíssimo digase de passagem. Orelhas médias com brincos sutis mal os notava. O contorno do rosto batia muito bem com os elementos ali presentes. Pouca maquiagem. Só uma sombra, lápis nos olhos e uma batidinha leve de pó de arroz. Aflita ela se sentia. Chorava que nem uma criança quando pede algo a seus pais e os mesmos não lhe dão o que se quer e ai se desfaz em lágrimas.
Até então não conseguia entender muito bem o que poderia ter acontecido. O anfitrião de cabelos grisalhos, pele escura. Olhar parecudo com o de um feroz leão que corre de encontro a sua caça. nariz avantajado parecia-se muito com uma batata... Com um copo de whisky na mão. Enfurecido. Berrava e berrava muito. Pedia explicação contundente à tudo isso. Decida-se logo esclamou o anfitrião de cabelos grisalhos e olhar de um feroz leão. E a senhorita muito abalada respondeu com lágrimas nos olhos... EU NÃO SEI. E continuou a chorar deitada no sofá.
O que você quer? O que você quer? Retrucou o anfitrião que parecia não ter mais paciência alguma perante toda essa situação estranha... E de fato muito estranha. E paciência era o que ele menos tinha e isto transparecia em sua face... Carinho, afeto e menos amor... Como assim? O que há de errado em tudo isto... Será que esta longa história que escrevemos ao longo de todo este tempo juntos fui um mero amigo? Um simples inquilino que conversa com seu Senhor quando precisa desabafar algo... Não entendo. Não consigo entender... Estou cansado não de você claro mais desta situação que você impos neste momento. Procuro explicações, eu quero explicações, me diga agora... Quero ainda hoje.
E com apenas uma frase... Uma simples frase tudso desmoronou. Tudo por ali foi-se ruindo aos poucos...
"EU TE AMO" disse ela, mas amar é uma coisa além do nosso entender. Do nosso simples copmpreender. É uma frase tão forte... Tão rico e tão pura que poucas vezes tu me ouvistes pronuncia-la. Mais eu te amo.
O estranho nisso tudo é que me lembro bem quando ela disse "Menos amor"... É estranho de fato, mas quem sou eu pra dizer algo.
A festa continuou. Todos os convidados já haviam chegado ao longo de toda essa história que até agora me pergunto "porque haveria começado do nada". Enfim...
E a renovação do casamento dos dois ali presentes no centro do salão poderia dar continuidade até o amanhecer do dia que vinha...
Até hoje me pergunto O QUE ACONTECEU mas, só quem escreveuisto vai saber lhes responder bem.
O amor é algo tão complicado que eu me pergunto se ele pode existir.
ResponderExcluirÉ cada vez tão raro que eu me pergunto se ele existe.
É tão perfeito, que eu me pergunto se ele já existiu.
G.B.C.