Gaiola

Aprendi diversas coisas mesta curtissíma estrada chamada vida. Desde pequeno aprender o que era certo, errado... O melhor exemplo do que não seguir!

Na escola... Matemática, Física, Quimica, Literatura, Biologia enfim aprendi a ser alguém.

Tudo aquilo que era mais exato neste mundo eu sempre absorvi de uma forma tão ágil. Pensava que era um carro de fórmula 1.

Mas existem coisas que nem uma vida toda tu será capaz de aprender. E isto que pego-me a pensar todos os dias.No céu não existem mais estrelas, o horizonte não me aponta nenhuma direção. Eu já me acostumei tanto em não saber dizer certas coisas ou se disse foram poucas... Poucas mas boas.

Não me arrependo das coisas que fiz. Nunca me arrependi. E não vou me arrepender...

Eu tenho um passarinho tão belo preso numa gaiola. Às vezes não sei se devo soltá-lo ou se continuo a alimentar. És tão belo, tão belo és. Me faz sorrir sempre que o vejo. Passa pelos meus pensamentos todos os dias se seria tão belo solto quão preso neste curto espaço. Não sei...
Soltá-lo e vê-lo voar por este lindo céu. Suas belas penas coloridas encheriam o céu de sua beleza tão complexa, difícil de se explicar. Voa pra lá e pra cá sem medo algum. Tem uma liberdade tão bonita. És tão belo. Tão belo és.

O medo me pega uma vez mais... E de uma vez por todas decido que este passarinho que criei por tanto tempo preso numa gaiola merece conhecer o quão bonito és o mundo fora deste lugar.

Conhecer coisas novas. Respirar novos ares... E quem sabem encantar outra pessa assim como eu me encantei... Como até hoje me encanta em vê-lo poucas vezes. E é tudo tão estranho.

Tenho medo. Muito medo. De ser esquecido. De não ter nenhuma lembrança que lhe faça voltar aqui todas as manhãs e mostrar-me uma vez mais seu belo canto, suas belas penas coloridas que me encantam tanto. Que me comove como ninguém.

E é tudo tão estranho...

Não vê-lo todos os dias.

E é tudo tão estranho...

Não receber uma bicada todas as vezes em que troco sua comida.

E é tudo tão estranho...

Mas deixei-o partir porque era o melhor.

Não importa se não existe mais a felicidade neste semblante o que importa é saber que por ai ele está voando... Conhecendo tantas coisas que por minha culpa, meu cíumes, meu egoísmo demorou tanto tempo pra conhecer.

E é tudo tão estranho... Mas deve ser melhor assim.